Faltando menos de sete meses para as eleições 2016, prefeitos de todo o País correm contra o tempo. Com a aproximação do término do prazo para a aparição em eventos de inaugurações, os pré-candidatos à reeleição ou engajados na campanha de seus sucessores apressam a entrega de obras que, muitas vezes, ainda estão longe da conclusão.
O prefeito de São Félix do Araguaia, José Antônio de Almeida (Baú), decidiu mudar o perfil do município, acelerando e concluindo várias obras que durante três anos que estavam totalmente paradas. Tentando adotar medidas para mudar o conceito de sua gestão. No dia 29 de fevereiro foi à vez de receber em seu gabinete mais uma comissão de moradores dessa vez foi do Bairro Vila Nova.
Na pauta a principal reivindicação dos moradores estava à pavimentação e recuperação de ruas do setor Vila Nova, que segundo o prefeito a administração tem dado atenção especial aos bairros e afirmou que, no início do mês de Fevereiro assinou um convênio no valor de R$ 250 mil junto a Caixa Econômica Federal (CEF). É muito comum os governantes do Brasil fazerem isso. Deixarem seu pacote de investimentos para o ano eleitoral, exatamente para aumentar a sua popularidade para ter condições de se reeleger ou de fazer o seu próprio sucessor.
Ano de eleição municipal e a situação se repete em várias cidades do Brasil: de olho nas urnas, políticos lançam ou apressam obras que, em muitos casos, estavam paradas ou cujos cronogramas previam outras datas de inauguração, para não mencionar a necessidade ou a prioridade de algumas dessas obras.
São ruas com trechos interditados, praças fechadas, recapeamentos de vias, calçadas onde a passagem de pedestres se torna quase impossível e outras variedades. Alguns municípios viram verdadeiros "canteiros de obras" nesta época. Pela legislação eleitoral, candidatos à eleição só podem participar de inaugurações de obras até o dia 7 de julho.
Para não correrem o risco de ver suas principais realizações serem creditadas a seus sucessores, muitos políticos preferem "inaugurar" obras antes mesmo de sua conclusão. Nessas situações, o político corre o risco de o evento ter o efeito contrário ao desejado. Muita gente inaugura obra que não está terminada. Isso é um perigo, porque quando a população percebe isso, pode virar um bumerangue, pode se voltar contra o próprio administrador, na medida em que as pessoas podem concluir que ele está tirando proveito demais da situação.
Fica a dica aos eleitores de São Félix do Araguaia e região.
Néia Rondon/O Repórter do Araguaia