Focos de incêndio em MT disparam em uma semana e alta chega a 638%
Até agosto, 30% do total de queimada na Amazônia estava registrada no Estado, cerca de 1 milhão de hectares de floresta
Mato Grosso registrou na primeira semana de setembro 4.475 focos de calor. O número é 638% maior do que no mesmo período de agosto, quando foram detectadas 606 notificações. O estado está em situação crítica para “risco de fogo” para os próximos dias, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Com essa quantidade de focos, Mato Grosso perde apenas para o Pará, na lista dos estados que mais identificaram queimam. No acumulado do ano, o território mato-grossense registrou 20.933 focos de calor. Dos últimos cinco anos, 2022, até o momento, fica atrás apenas de 2020, quando os satélites do instituto somaram 24.991 pontos também entre 1 e 7 de setembro. Em 2021, foram 14.738; em 2019, 14.442; e em 2018, 12.022.
O levantamento aponta que Colniza (1.065 km de Cuiabá) foi o município campeão, com 2.348 registros, ou seja, 52,4% do total.
Para se ter uma ideia, até o início de agosto quase 30% das queimadas da Amazônia Legal aconteceram em Mato Grosso, o que corresponde a 1 milhão de hectares atingidos pelo fogo no estado, de janeiro a 7 de agosto. Além da Amazônia, o Cerrado mato-grossense também é consumido por vários focos de incêndio.
Em comparação com o ano anterior, foi registrado um aumento de 6%. De acordo com análise do Instituto Centro de Vida (ICV), elaborada com base em dados da plataforma Global Fire Emission Database (GFED/NASA), o número estimado é de 3,7 milhões de hectares queimados, o que corresponde também a 25 vezes o município de São Paulo.
Deste total, mais da metade, 1,9 milhões de hectares, foi atingida durante o período proibitivo do fogo no âmbito federal, que teve início em 23 de junho.
A análise ainda identificou que 1 em cada 5 hectares queimados na Amazônia Legal neste ano foram em áreas recentemente desmatadas, como é o exemplo do incêndio florestal ocorrido nesse mês de agosto no Parque Estadual Cristalino II, no município de Novo Mundo (785 km de Cuiabá).
O monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) demonstra que em agosto, 315 de incêndio focos foram registrados. O número começou a crescer em julho, com 345 ocorrências - o mês com mais queimadas até o momento. Contudo, ainda na primeira semana de setembro, já ocorreram 177 queimadas.
Reprodução
Biomas atingidos em Mato Grosso
Sessenta por cento das ocorrências foram no bioma Amazônia (618,6 mil ha), seguido pelo Cerrado com 39% (404,3 mil ha) e o Pantanal com 1% (6 mil ha).
Cinco municípios representam 21% do total de áreas atingidas pelo fogo no estado. São eles: Tangará da Serra (64 mil ha), Paranatinga (47,6 mil ha), Colniza (41,5 mil ha), São Félix do Araguaia (33,2 mil ha) e Marcelândia (31,6 mil ha).
Fogo no Manso, Chapada e Coxipó do Ouro
Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio que atingia a região norte do Lago do Manso, que começou no dia 23 de agosto, foi extinto na sexta (2). Porém, no domingo (4), foi identificado um novo foco, entre as rodovias na BR-251 e MT-351.
Seis equipes, em seis viaturas, foram destinadas para tentar combater o fogo, junto com dois caminhões e uma aeronave da Defesa Civil.
As ações no local são monitoradas via satélite pelo Batalhão de Emergências Ambientais, em Cuiabá, que orienta as equipes em campo.
As chamas entre o Coxipó do Ouro e Chapada dos Guimarães, fizeram com que a baixada cuiabana amanhecesse completamente tomada por fumaça na sexta-feira (09). Aliada às altas temperaturas, moradores da região sofrem com o calor e baixa umidade.
Vitória Lopes
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