Indígenas dizem que prefeito bolsonarista suspendeu transporte por conta de voto em Lula
Ação foi denunciada pelo cacique Siraium Kayabi e por outros indígenas da região de Querência
Indígenas de 6 etnias do município de Qurência (717 Km de Cuiabá) estão sem votar após decisão do prefeito, Fernando Gurgen (União) de suspender o transporte público em terras indígenas no município.
Segundo denúncia feita pela comunidade indígena ao Midiajur, a decisão foi tomada depois que o prefeito percebeu que a maioria dos indígenas votava no ex-presidente Lula (PT). Gurgen, que é aliado e defensor do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi procurado pela reportagem, mas não atendeu as ligações.
"No primeiro turno eles viram que nós povos indígenas votamos mais para o Lula, por isso que eles não queriam, estão botando essa dificuldade que a gente não vá votar no segundo turno, estamos muito bravos e nervososos", disse o cacique de Siraium Kayabi, de uma aldeia de etnia Kayabi na região.
Segundo o cacique, pelo menos 3 mil indígenas estão sem votar ou tiveram dificuldades para chegar até o local de votação, após decisão do prefeito de suspender o transporte.
"Nenhum povo foi atendido pelo transporte, esse negócio tá ruim para nós, todos sabem que somos cidadão brasileiros igual qualquer um, temos direito de escolher nossos representantes", afirmou o cacique.
Ficaram sem poder votar indígenas das etnias Suiá, Kayabi, Kalapalo, Matipu, Nafukuá e Kuikuro. Alguns desses grupos vive na Terra Indígena do Xingu, a maior área indígena do estado de Mato Grosso.
Atualização 13h25 - Informações divulgadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) destaca que o transporte dos indígenas foi garantido e iniciou com atraso por conta da forte chuva na região. Foram 19 ônibus disponibilizados. Apenas uma aldeia não usou o transporte por determinação do cacique, pois seria necessárioa passar por uma ponte sem segurança.
Atualização 13h48 - Segundo informações complementares da promotoria eleitoral de Querência, os ônibus que fariam o transporte foram ontem para já dormir na aldeia, mas atolaram durante o trajeto e voltaram para a zona urbana do município. Os veículos seguiram hoje. Dos 19 ônibus utilizados, 5 já chegaram na cidade. A situação da aldeia Ilha Grande, cujo cacique teria dito que não era para ir, permanece na mesma situação e alegou agora que não daria tempo de chegar.
Atualização 15h04 - Informações recebidas pelo MidiaJur destacam que os ônibus só foram disponibilizados depois que advogados indígenas foram até os cartórios eleitorais registrar as denúncias.
LÁZARO THOR
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