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Soldado da PM acusado de pertencer ao Comando Vermelho foi preso por roubo de agrotóxicos

Soldado da PM acusado de pertencer ao Comando Vermelho foi preso por roubo de agrotóxicos

Juiz do caso aponta vasta ficha criminal do soldado, mas concede liberdade provisória com pagamento de R$ 13 mil de fiança

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O juiz Arom Olímpio Pereira, da 3ª Vara de Barra do Bugres, determinou a liberdade provisória do soldado da Polícia Militar Victor Hugo Ferreira Silva, que teria ligações com a facção criminosa Comando Vermelho. O magistrado citou, na decisão, a suposta participação de Victor Hugo em uma quadrilha de roubo de agrotóxicos. De acordo com perícia realizada na carga, o valor do material roubado é de R$ 900 mil.

Apesar de destacar a "alta periculosidade" do PM em razão dos crimes cometidos, o juiz avaliou que a melhor medida seria dar liberdade a Victor Hugo com o pagamento de R$ 13,2 mil de fiança. O valor ainda não foi quitado e o soldado segue preso.

Victor Hugo foi delatado pelo sargento da Polícia Militar, Jeorge André da Cunha, que revelou a ação do soldado para vender agrotóxicos roubados.

O soldado foi preso em flagrante durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na casa dele, na quarta-feira (24). Policiais encontraram 21 munições deflagradas de calibre .38 e outras duas intactas, mais 11 estojos de .40 deflagrados e três intactos, e ainda quatro munições intactas de calibre 380.

Os policiais apreenderam um iPhone, um chip, um cartão de memória e também "um caderno com anotações do comércio local do qual chamou atenção dos investigadores por ter chegado denúncia que os logistas estariam sendo ameaçados a pagarem por proteção".

O magistrado mostra citações à participação do soldado Victor Hugo em uma suposta quadrilha de roubos de agrotóxicos que teve os outros dois membros mortos em confrontos com a Polícia Militar.

Roubo de agrotóxicos e outros crimes

Victor Hugo teria cometido os crimes ao lado de Kelvi Verissimo Teixeira e Alexandre dos Reis, estes dois últimos mortos pela PM. Segundo as investigações, imagens de segurança do depósito dos defensivos agrícolas mostram Kelvi e Alexandre entrando em um Ford Fiesta e Victor em um Hyundai HB20 na data do roubo, em Barra do Bugres.

Alexandre morava em uma kit-net ao lado de Victor Hugo, "auxiliando no furto dos defensivos", segundo a Polícia Civil.

Câmeras de vigilância das praças de pedágio em Barra do Bugres, Tangará da Serra e Itanorte mostram o trio dividido nos dois carros, sendo Victor Hugo sozinho no HB20 que havia saído do depósito de agrotóxicos. O carro que o soldado dirigia era um veículo roubado em Campo Novo do Parecis, segundo as investigações.

Delação de sargento

Victor Hugo foi delatado pelo sargento da PM Jeorge André da Cunha, que revelou a ação do soldado para vender os agrotóxicos roubados.

Na delação, o sargento afirmou que foi procurado por Victor Hugo, entre janeiro e fevereiro, para tentar vender os produtos. O soldado teria dito "estar com alguns herbicidas e queria vendê-los, mas não tinha contato de compradores". Victor Hugo teria oferecido uma comissão de 30%.

Segundo sargento, ele não questionou o soldado sobre a procedência dos agrotóxicos porque era um colega de farda pedindo ajuda, e jamais desconfiaria da possível origem ilícita. Além disso, o valor oferecido seria próximo ao de mercado.

Ao colaborar com as investigações o sargento ainda contou que Victor Hugo disse que os produtos estavam na casa de um primo dele identificado como "Alexandre" ou "Índio", que foi morto pela PM num sítio da zona rural de Barra do Bugres.

O delator disse ter feito contato com um homem identificado como "Volnei" para achar um coprador, e pontuou que "o soldado Victor Hugo disse ao interrogando que acreditava que os produtos estavam sendo desviados de algum lugar pelo seu primo Alexandre".

"Outrossim, os relatórios policiais apontam que o indiciado Victor Hugo Ferreira da Silva utiliza-se da função de Policial Militar do Município para a execução, facilitação e encobrimento dos delitos patrimoniais em questão, desviando as cargas provenientes do crime em benefício de terceiros, visando obter vantagem financeira", diz trecho do inquérito.

Juiz vê necessidade de preventiva, mas solta militar

Apesar de todo o histórico supostamente criminoso do soldado, o juiz Arom Pereira avaliou que "em que pese presentes os requisitos para a decretação da prisão preventiva, entendo suficiente para o caso em análise, a substituição da medida cautelar da prisão pelo arbitramento de fiança".

"No mais, faz crer que o atuado não tencionará fugir do distrito da culpa caso seja beneficiado com a liberdade provisória (o que, se ocorrer, aí sim motivará a decretação da prisão cautelar), o que não retira de maneira nenhuma possibilidade da decretação da prisão preventiva no curso do procedimento se as circunstâncias fáticas assim indicarem", afirma na decisão.

 

 

MIKHAIL FAVALESSA E LÁZARO THOR
Da Redação

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