Câmara lê requerimento para cassar Chico; presidente admite 'vingança' de ex-juiz
Paula Calil considera estranho a representação de Julier Sebastião não pedir investigação de Sargento Joelson
A presidente da Câmara de Cuiabá, vereadora Paula Calil (PL), leu na sessão desta terça-feira (6) a representação do ex-juiz federal e suplente de vereador Julier Sebastião da Silva (PT) pedindo a instauração de uma Comissão Processante contra o vereador afastado Chico 2000 (PL), pela acusação de receber propina de uma empreiteira para aprovação de um projeto de lei no ano de 2023. Julier sugere até a cassação do parlamentar do PL.
Com a leitura, a representação vai ser encaminhada à Procuradoria do Legislativo para analisar a legalidade e legitimidade da representação. A manifestação deve ocorrer em 48h e, após parecer, caberá ao plenário decidir pela instauração, ou não, da Comissão Processante.
Para a presidente da Câmara, a representação apenas contra o vereador do PL pode representar uma vingança do ex-juiz. Isso porque, o documento não menciona o vereador Sargento Joelson (PSB), que também foi afastado pela Justiça sob a mesma acusação.
"Concordo (vingança contra Chico), porque na verdade são dois vereadores que estão supostamente sendo investigados, mas a gente não pode avaliar a cabeça de cada um. Nós estamos aqui para seguir os ritos da Casa, os trâmites legais, sem ter um pré-julgamento", avaliou a vereadora.
O procurador-geral da Casa, Eustáquio Noronha Neto, deu entrevista na manhã desta terça-feira e revelou que analisou rapidamente a representação, apenas em relação à legitimidade do autor. "Já dei uma lida na representação e verifiquei que no primeiro momento o requisito de legitimidade está preenchida. No entanto, não vi documentos, apenas notícias jornalísticas. Então, também a procuradoria vai debruçar nessa representação apenas então somente para análises dos requisitos formais, para então dar parecer se a presidente traz para o plenário votar se recebe essa representação ou não", explicou o procurador.
Em relação às ações da Mesa Diretora sobre os desdobramentos do caso, Paula Calil disse que aguarda ter acesso oficial à decisão e às investigações. Segundo ela, o objetivo é dar transparência aos fatos, levando as informações também à sociedade.
"Enquanto presidente da Câmara e vereadora estamos tendo transparência, desde que fomos notificados na semana passada. Não podemos fazer um pré-julgamento e assim que estivermos a informação de maneira oficial vamos dar uma resposta a sociedade", assinalou.
"Não posso ser imatura e amadora. Existe um tramite legal e preciso segui-los, de forma oficial", complementou.
LETICIA AVALOS
DA REDAÇÃO
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