O vereador por Cuiabá, Joelson Fernandes do Amaral, conhecido como Sargento Joelson (PSB), se pronunciou pela primeira vez sobre seu afastamento do cargo, determinado pela Justiça no último dia 29 de abril. Segundo ele, o feriado prolongado atrasou o acesso de seus advogados ao inquérito que embasou a decisão judicial.

Sem entrar em detalhes sobre as investigações, Joelson negou ter recebido propina no valor de R$ 250 mil da empreiteira HB20 Construções para aprovar um projeto de lei de interesse da empresa no ano de 2023. O ex-presidente da Câmara, vereador Chico 2000 (PL), também foi afastado sob a mesma acusação.

“Ainda não posso entrar em detalhes porque as investigações correm em segredo de Justiça. No entanto, posso afirmar que não recebi dinheiro algum e que tenho plena confiança de que tudo será esclarecido em breve”, afirmou o parlamentar em suas redes sociais.

Para o vereador afastado, a denúncia trata-se de uma armação para prejudicá-lo politicamente. “A cada passo, fica mais evidente que estou sendo vítima de uma armação política. Confio no trabalho da Polícia Civil e da Justiça, que, com seriedade e responsabilidade, irão revelar a verdade”, declarou.

O parlamentar pediu desculpas aos familiares e apoiadores pelo constrangimento, mas reafirmou sua inocência. “Como agente público, estou sujeito a esse tipo de situação. Agora, é ter paciência, pois toda a verdade será restabelecida”, finalizou.

A Operação Perfídia foi deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), na última terça-feira (29). Os policiais estiveram na Câmara de Cuiabá para cumprir as 27 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, sequestro de bens, valores e imóveis, além da quebra dos sigilos telefônicos e eletrônicos.

Além dos dois vereadores, também são investigados um empresário e dois funcionários da HB20 Construções. O afastamento de Chico 2000 e Sargento Joelson dos mandatos é válido por 180 dias, enquanto as investigações seguem em andamento.

A investigação teve início a partir de uma denúncia do atual prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (União Brasil), feita ainda durante seu mandato como deputado federal.