Vereador classifica aumento de vagas na Câmara dos Deputados como 'escárnio'
Rafael Ranalli criticou o possível aumento, mesmo sendo pré-candidato a deputado federal
O vereador por Cuiabá, Rafael Ranalli (PL), classificou como negativa a aprovação do Projeto de Lei Complementar que prevê o aumento de 513 para 531 o número de vagas na Câmara dos Deputados, chamando a proposta de “escárnio”. Caso o texto seja sancionado, Mato Grosso passará a contar com 10 deputados federais e 30 estaduais.
“Acho que o impacto é negativo, um escárnio com o erário público. Já são muitos deputados. Na minha opinião, tinha que ser metade”, afirmou Ranalli nesta quinta-feira (8). O vereador tem intenção de disputar uma vaga em Brasília em 2026.
Segundo ele, o projeto vai na contramão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 12/2022, que tramita no Senado e busca, entre outros objetivos, unificar as eleições do Legislativo e do Executivo para reduzir gastos públicos.
“Todo mundo esperando uma redução de custo da máquina pública, e você aumenta seis gabinetes de deputado estadual, mais dois de deputado federal [só em MT]. Eu acho que é um escárnio com a população esse aumento de vagas”, reiterou.
A Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados estima que o aumento de 18 cadeiras pode gerar um custo adicional de até R$ 64,8 milhões por ano a partir de 2027, quando começa a próxima legislatura. Ranalli, no entanto, rebateu:
“A gente tem que lembrar que esse é o gasto da Casa. Você não pode esquecer que cada parlamentar tem um bocado de emendas e outros custos agregados. Então, não é só chegar e falar que são R$ 64 milhões. O custo vai ser muito maior, de forma escalonada e progressiva”.
Pela legislação, cada nova vaga na Câmara Federal implica, proporcionalmente, na criação de três novas vagas nos parlamentos estaduais. No caso da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o presidente da Casa, deputado Max Russi (PSB), afirmou que o possível aumento não deve impactar o orçamento, mas reconheceu que serão necessárias adequações na estrutura física para comportar os novos parlamentares.
LETICIA AVALOS